Especialistas em política preveem um aumento
das bancadas evangélicas nas Câmaras Municipais das principais cidades
brasileiras, nas eleições deste ano. O
último dado sobre religião divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, referente ao Censo 2010, mostrou um crescimento superior a 60%
entre a população que se professa evangélica.
O jornal Valor Econômico publicou análise de especialistas, que
acreditam que esse aumento de evangélicos deverá refletir nas eleições,
principalmente em relação a vereadores.
O cientista político da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), César
Romero Jacob, afirma que “a expansão no número de pessoas desta fé vai
impulsionar ainda mais a sua presença na política”, e que essa representação
deverá ser significativa nas câmaras de vereadores, já que em eleições para
cargos executivos, prefeitos, neste caso, o vínculo a uma religião pode
significar rejeição de outros setores da sociedade. O especialista afirma ainda que esse
crescimento fez com que partidos de direita e esquerda passassem a negociar com
lideranças evangélicas, e uma mostra clara disso teria sido a aliança feita
entre o setor evangélico e o PT durante as eleições presidenciais de 2002 e
2010, quando a então candidata, Dilma Rousseff se comprometeu a cumprir acordos
propostos pelas lideranças evangélicas.
César Romero Jacob ressalta que os neopentecostais são o setor dentre os
evangélicos com maior organização política, e menciona políticos de expressão
nacional que cresceram com o apoio de igrejas dessa linhagem, como Anthony
Garotinho e Marcelo Crivella. O analista
político afirma que os fiéis dessas igrejas são uma “população normalmente com
baixo nível de escolaridade e de informação política, acaba seguindo o que o
pastor recomenda”, caracterizando o que é chamado de “voto de cabresto”. Outro analista, Alan Kardec Borges,
especialista em marketing político e propaganda eleitoral, formado pela USP e
consultor na área, ressalta que a influência da fé pode se dar de maneira
indireta na decisão de escolha do candidato: “Se alguém vira evangélico, isso
não significa que esta pessoa vai votar sempre em candidatos evangélicos. Mas,
certamente, este evangélico dificilmente votaria em um candidato que defenda o
aborto ou o casamento entre os homossexuais”, ressalta.
Fonte:
Gospel+
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